Terça, 01 de Julho de 2025
A febre oropouche, transmitida pelo mosquito maruim, já teve 636 casos confirmados no Ceará entre janeiro e meados de junho de 2025. Três infecções ocorreram em gestantes, grupo monitorado com prioridade pelas autoridades de saúde. Até o momento, não houve registro de mortes.
Segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), novos casos da arbovirose continuam sendo notificados semanalmente, embora em ritmo mais lento em comparação ao início do ano. A única exceção foi a semana entre 8 e 14 de junho, quando não houve novas notificações.
Desde que a febre oropouche surgiu no Estado, em 2024, sua circulação permanece restrita à região do Maciço de Baturité. No ano passado, Aratuba e Capistrano lideraram os registros, com 67 e 64 casos, respectivamente. Em 2025, o cenário se inverteu.
Maioria dos casos em Baturité
Neste ano, Baturité concentra cerca de 70% dos infectados: foram 438 confirmações até 14 de junho. Aratuba, a cerca de 92 quilômetros de Fortaleza, aparece em segundo lugar, com 121 casos.
As outras cidades com notificações são:
O número de infectados em 2025 mais que dobrou em relação ao ano anterior, quando houve 254 casos confirmados entre julho e dezembro. A expansão da doença é atribuída à chegada do vírus a áreas anteriormente não afetadas, como a zona urbana de Baturité, conforme explicou em abril o secretário Executivo de Vigilância da Sesa, Antonio Lima Neto.
Gravidez e riscos
Em 2024, o Ceará registrou um óbito fetal relacionado à infecção da mãe pelo vírus oropouche. Em 2025, três gestantes foram infectadas — todas residentes de Baturité. Por isso, esse grupo permanece sob vigilância reforçada por parte da Sesa.
Sintomas e diagnóstico
Os sintomas da febre oropouche são semelhantes aos de outras arboviroses, como a dengue. O diagnóstico é feito por meio de exame laboratorial. São considerados suspeitos os casos com febre persistente por mais de cinco dias, dor de cabeça intensa e dois ou mais dos sintomas a seguir:
Prevenção e cuidados
Diferentemente da dengue, cuja prevenção foca na eliminação do Aedes aegypti, a oropouche exige outras estratégias, pois o mosquito maruim se comporta de forma distinta.
As principais formas de prevenção incluem:
De acordo com a Sesa, “uma das coisas importantes é que o culicoides, ao contrário do Aedes, não está dentro de casa. Ele vai pras varandas, procura as pessoas, e volta pro meio ambiente. A fêmea do Aedes vive conosco, procurando recipientes dentro de casa”.
O secretário reforça que “o futuro do controle da febre oropouche é a capacidade de bloqueio da entrada do mosquito em casa”.